quinta-feira, 10 de novembro de 2011

HISTÓRIAS E BELEZAS DA PACATA IRAPORANGA

Apesar de pequenina, a antiga Vila de Iraporanga nascida por volta de 1730, pertencente ao município de Iraquara, cravada no coração da Chapada Diamantina-Bahia, é construída sobre pilares sólidos de crenças e culturas que fazem dessa terra um cartão de visitas, um atrativo pra quem ama "causos" e adora vislumbrar a natureza. A pacata vila possui uma história que parte do achado de um facão no qual continha uma inscrição "Parnahyba", dando assim início à formação de uma cultura riquíssima, à homogeneização das raças, dos costumes, da criação de lendas e crendices. A velha Parnahyba serviu para a travessia de tropeiros, altos comerciantes que espalhavam um pouco da moda e da cultura de países europeus como: França, Espanha, dentre outros.
Situada há 470 km da sua capital (Salvador), a vila foi crescendo aos poucos, consolidando seu aspecto, influenciada muitas vezes pelo Brasil-Colônia, sendo construída também com traços africanos, pois nasceu em meio a todo processo escravista no país. 
Algum tempo depois, por questões políticas, passa a chamar-se Iraporanga, que do Tupi significa "cabaça de mel", mas pouquíssimos moradores se referem ao lugar pelo nome atual.
Contam os antigos que um vilarejo fora inteiramente engolido pelas águas da chuva, dando origem ao que é hoje, uma grande lagoa coberta pela vegetação de taboas. Pessoas afirmam categoricamente que já viram ou que viveram situações horripilantes diante de um lobisomem. Outros dizem que o vilarejo está suspenso por três colunas rochosas... e assim por diante. Mas nem tudo se resume em causos e fantasias, pois as belezas estão estampadas nas fachadas dos casarios antigos, no calçamento da praça principal, no verde que ainda brota do chão, bem como os poços de água escura do rio Rochedo, fincado no meio da serra.
O que mais marca é a expressão sertaneja presente no "aboiar", na música caipira ainda ouvida, no cantar dos passarinhos que celebram muitas vezes os períodos de chuva, nas cantigas de roda, no reisado e tantas outras manifestações.
Hoje com pouco mais de 4.000 habitantes (IBGE 2010) Iraporanga busca sua emancipação, para assim conseguir recursos frente aos órgãos governamentais, para as tão sonhadas melhorias e o progresso do lugar.
Se você quer  paz de espírito, tranquilidade, respirar ar puro, e se deliciar com as belezas naturais deste lugar, venha conhecer Iraporanga e corra o risco de nunca mais querer ir embora.

domingo, 18 de setembro de 2011

O DESCARTE DA MANIPUEIRA NA REGIÃO DA ZABELÊ-IRAQUARA-BAHIA

É de extrema importância estudar e conhecer os costumes da nossa região, na busca de entender determinados aspectos que demandam a evolução e a transformação do povo, para que possam seguir as mudanças mundiais (Globalização), geradas pela necessidade do acompanhamento do processo evolutivo do planeta. Mas nem tudo se transforma, acompanhando essa evolução. O exemplo disso tem os habitantes “isolados” nas áreas de floresta, mas que vivem saudáveis, seguindo seus próprios costumes, que passam de geração a geração.
As comunidades pequenas dos sertões nordestinos, vivem seguidas pelos sérios problemas da falta de chuva, que castigam, excluem, retaliam, matam. Os meios alternativos de vida estão atrelados às pequenas produções e criações adaptadas ao clima e ao solo da caatinga, que fazem parte do município de Iraquara-Bahia, limitando assim, produções que pudessem ser grandiosas. Os produtos cultivados são aqueles adaptados a essas condições, tais como: milho, mamona, feijão, aipim e mandioca.
A mandioca por sua vez, é uma planta cultivada a partir do plantio feito com as “manivas”, que são os pedaços selecionados do caule, com os quais são enterrados na época das chuvas, para que ocorra o brotamento e assim desenvolvendo as raízes, matéria prima para a produção da farinha e o tucupi (tapioca), que estarão dispostos na mesa do sertanejo como complemento alimentar. Muitas vezes, encontramos o produto já pronto e não paramos para imaginar seu processo de fabricação? Quantas e quem são as pessoas envolvidas na tarefa? De onde veio a matéria-prima utilizada na fabricação dos subprodutos? Se há riscos desde o plantio até o momento de se saborear. A fabricação desses subprodutos da mandioca gera um resíduo conhecido por MANIPUEIRA, que é uma substância carregada de componentes químicos, reunidos, desde as raízes até as folhas da planta. Produto que tem um alto poder contaminante, devido à ação dos agentes químicos como Ácido Cianídrico (HCN), a Acetona CH3(CO)CH3, dentre muitos outros.
A alta produção de derivados de mandioca na região da comunidade denominada Zabelê, no município de Iraquara, estado da Bahia, nos remete a um ponto-chave que gira em torno da inutilização do material considerado pelos produtores, como lixo, resultante do processamento da matéria-prima, e que vem sendo lançado no solo de forma talvez inconsciente. Essa caracterização da idéia da não-consciência dos benefícios causados pela utilização correta da manipueira na agropecuária pode estar levando a esse derramamento no solo, onde, com a alta concentração do ácido cianídrico e outros componentes químicos, no local do descarte, o material se infiltra e acaba matando os microrganismos que ajudam na manutenção do terreno. Será que o processo de conscientização resolveria o problema? Será que poderíamos conter o descarte, e passar a utilizar a manipueira como aditivo químico/orgânico para o aumento da produção dos derivados, tanto vegetais quanto animais?
É um caso de suma importância a se pensar, pois a produção não pode parar, bem como o meio ambiente tem que se encontrar em condições favoráveis para que possa oferecer tudo o que o homem necessita. Em suma, produzir e consumir é inevitável, preservar e proteger é imprescindível.



Fotos tiradas em Vitória da Conquista-Ba, que mostram de maneira bem clara o desperdício e descarte inconsciente da manipueira no solo.

domingo, 11 de setembro de 2011

Vamos dar um "BASTA" nesse tipo de crime

Iraporanga é uma Vila bem antiga, pertencente ao município de Iraquara, coração da Bahia/Brasil. Reza a lenda que uma pequena aglomeração de casas teria sido engolida pelas águas de uma forte chuva, na qual fizera o vilarejo desaparecer, dando origem a uma lagoa, onde hoje é recoberta pela vegetação de taboas. Essa lagoa apresentava uma aspecto belo e convidativo para recreação de modo geral, mas com o passar do tempo a pesca e a atividade agrícola, se encarregaram de modificar esse quadro. 
Inúmeras vezes no ano, a vegetação da referida lagoa sofre queimadas com as quais afetam de maneira decisiva e irreversível o ecossistema desse local, onde várias espécies de animais e plantas, ninhos de várias aves, muitos anfíbios e até mesmos peixes, acabam morrendo por causa das chamas e da alta temperatura. Esses incêndios são na sua grande maioria, pra não dizer na sua totalidade, causados por mentes insanas, malévolas, criminosas, que pouco se importam com o que pode vir a acontecer com a vida aquática dali. As cenas são assustadoras e inacreditáveis, pois as chamas lambem a vegetação, produzindo um barulho aterrorizante e gerando uma massa de fumaça muito alta e densa. 
As aves se desesperam, os animais aquáticos buscam uma escapada muitas vezes falida, fatal. A população local sempre assiste atônita, sem poder fazer nada de imediato, só que depois que as chamas se dissipam, a memória dela vai junto e tudo volta ao normal, menos para aqueles que se transformaram em cinzas, menos para a vegetação que ira demorar para se recuperar do baque, menos para aqueles bichinhos que nem tiveram a oportunidade de saírem dos seus ninhos e seguirem o curso normal da vida.
Mais uma vez a natureza pede socorro, ela se desespera, grita na busca de que alguém possa ouvir e dar um basta nesse crime que persiste.
Lute pela vida do planeta, defenda as causas ambientais, denuncie essas barbaridades.

Natureza precisa ser realmente natural


Por que as mentes doentias insistem em transformar nossos ecossistemas?
Por que a natureza tem que estar sempre na defensiva?
Já passou da hora da humanidade entender que a natureza jamais deve se adaptar às suas necessidades ou vontades, e que o planeta não gira em torno das suas irresponsabilidades. Se começarmos a encarar a vida na Terra como algo realmente limitado, e se fizermos tudo pra que as próximas gerações possam usufruir de tudo de bom que é oferecido atualmente, não só a cultura, mas também a vida agradecem.
É hora de mudar a visão, para que consequentemente os atos também mudem... A natureza agradece!